Por que as fraudes acontecem?
Donald Cressey batizou o que seria o “triângulo da fraude”, que, segundo ele, seriam três elementos normalmente presentes quando um indivíduo comete uma fraude são:
1. Por Motivo ou Incentivo, entendemos toda a sorte de pressões internas e externas ao indivíduo que fazem com que ele passe por momentos difíceis do ponto de vista pessoal, familiar e que normalmente demandam mais dinheiro. Endividamento excessivo, problemas de saúde na família, infidelidade conjugal, envolvimento com jogos e droga, cobiça etc. são exemplos de situações que muitos passam e que formam o primeiro lado do triângulo.
2. A Oportunidade – ou, como diz o ditado popular, “a ocasião faz o ladrão” – diz respeito à possibilidade que o fraudador vislumbra de praticar a fraude e não ser descoberto. Nesse lado do triângulo, sistemas de controle interno deficientes e falta de mecanismos de prevenção e detecção de fraudes contribuem para a criação da “oportunidade” de fraudar.
3. O último lado do triângulo, a Racionalização, diz respeito a um debate na consciência do fraudador buscando uma justificativa para seu ato. A fraude praticada provoca aquilo que os psicólogos chamam de “dissonância cognitiva” e o fraudador busca justificar seu ato. “Passei a trabalhar por dois e não recebi aumento” ou “não posso perder minha casa, meu carro, meu crédito”.
A perda dos valores sociais e morais pode ser a base do problema das fraudes. Como fatores exógenos, observa-se maior incidência de fraudes nos países em desenvolvimento e durante crises econômicas. Do ponto de vista interno, ambientes de Tecnologia da Informação complexos, joint-ventures ou fusões e aquisições não consolidadas e existência de salários baixos também incrementam a ocorrência de fraudes. Organizações menores (com até 100 funcionários), com turnover alto e pouco comprometimento, onde a gestão ignora irregularidades, têm maior probabilidade de serem fraudadas.
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